Juanito Conte em seu atelier
Meu trabalho transita na interseção entre abstração, percepção e memória. Através de uma exploração meticulosa da cor e da forma, investigo como a imagem pode condensar experiências sensoriais e narrativas, convidando o espectador a um estado de atenção ativa. Trabalho com a pintura como um espaço de síntese e construção, onde a sobreposição de camadas, a repetição de padrões e a exploração do branco configuram territórios visuais em constante mutação.
Cresci em uma gráfica, cercado por tintas, retículas e processos mecânicos que ainda ressoam na minha prática artística. Essa formação autodidata definiu uma linguagem que funde a herança das artes gráficas com uma abordagem pictórica gestual e expandida. Os campos de cor plana, os degradês, as transparências e as retículas PostScript são mais do que recursos formais – funcionam como uma releitura contemporânea da imagem em uma era saturada de estímulos visuais.
Concebo minha obra como uma resposta ao “grande lixão da imagem”, esse turbilhão digital que nos mergulha em um consumo visual constante, invadindo todos os aspectos da nossa vida. Nesse contexto, a pintura se torna um espaço de resistência – um território onde o olhar pode desacelerar, mergulhar nos detalhes e reconstruir significados. O branco, mais do que uma busca por pureza cromática, torna-se um recurso comunicativo – uma pausa em meio ao excesso, um respiro que permite que a forma e a luz ganhem protagonismo. Meu trabalho também é um diálogo com a memória e a identidade. A herança gráfica do meu pai, a construção do meu próprio papel como artista e como pai, e a forma como essas experiências moldam a percepção do tempo e do espaço são elementos que permeiam cada peça.
Assim como as placas tectônicas sustentam e transformam a paisagem em um processo de movimento constante, minha obra se posiciona nessa tensão: entre o digital e o físico, o mecânico e o feito à mão, o analógico e o tecnológico. Tenho interesse em explorar os pontos de atrito entre esses mundos, questionando os processos de produção e a marca que deixam na imagem. Busco que cada peça funcione como um ponto de encontro – um espaço onde a imagem não se impõe, mas convida à exploração, a um jogo sutil entre o olhar e a matéria.
Exposições individuais
2024
“Obra Reciente”, Galeria La Pecera (Punta del Este, Uruguai)
2022
“Obra Reciente”, Galeria Bisualeko (Montevidéu, Uruguai)
2021
“Highlight“, Galeria La Pecera (Punta del Este, Uruguai)
2020
“Highlight“, Galeria La Pecera (Punta del Este, Uruguai)
“Highlight“, Galeria Bisualeko (Montevidéu, Uruguai)
2019
“Obra Reciente”, Galeria Paradise (José Ignacio, Uruguai)
2017
Galeria 6280 (Montevidéu, Uruguai)
2016
Galeria MC (Nova York, EUA)
2014
Fundação Unión (Montevidéu, Uruguai)
2011
Galeria 6280 (Montevidéu, Uruguai)
2010
Galeria Carlos Reggazoni (Buenos Aires, Argentina)
2009
“Ultimus Moriens”, Centro Cultural Lapido (Montevidéu, Uruguai)
2008
“Accidentes”, Centro Cultural Horacio Quiroga (Salto, Uruguai)
2003
“ProcesoCeso”, Sala Tono Maglio (Salto, Uruguai)
Exposições coletivas
2024
“Prêmio Nacional de Artes Visuais”, EAC (Montevidéu, Uruguai)
2023
“Abstração em Movimento”, Museu Atchugarry (Maldonado, Uruguai)
2022
Galeria Bisualeko (Montevidéu, Uruguai)
2021
Galeria La Pecera (Punta del Este, Uruguai)
2020
Galeria Bisualeko (Montevidéu, Uruguai)
2019
Galeria La Pecera (Punta del Este, Uruguai)
Galeria Pueblo Garzón (Maldonado, Uruguai)
2018
De León / Conte – Golf Club (Punta del Este, Uruguai)
2017
Galeria Imperiale (Punta del Este, Uruguai)
2016
Galeria 6280 (Montevidéu, Uruguai)
World Trade Center (Montevidéu, Uruguai)
2015
“Paisagens Abstratas“, Centro Cultural Kavlin (Punta del Este, Uruguai)
Fundação Unión (Montevidéu, Uruguai)
2014
Coletivo de exposições, Inicio Mauá (Montevidéu, Uruguai)
Coletivo Hotel Esplendor (Montevidéu, Uruguai)
2013
Galeria 6280 (Montevidéu, Uruguai)
World Trade Center (Montevidéu, Uruguai)
Torre Imperial (Punta del Este, Uruguai)
2012
Marte Up-Market (Montevidéu, Uruguai)
Sala Bartolomé Mitre (San José, Uruguai)
2011
Bienal de Salto, categoria “Murais” (Salto, Uruguai)
2010
Bienal de Pintura (Guaiaquil, Ecuador)
Coletivo Arguru, Museu de Belas Artes (Salto, Uruguai)
2009
Museu de Queens (Nova York, EUA)
2008
Sala de Exposições do Consulado do Uruguai em Nova York (Nova York, EUA)
Coletivo Arguru (Buenos Aires, Argentina)
“Espíritu Circular” (Buenos Aires, Argentina)
2004
Galeria Árbol (San Isidro, Argentina)
2002
Palácio Santos (Montevidéu, Uruguai)
2001
“Efecto Placebo“, Salão Mercado 18 de Julio (Salto, Uruguai)
Premiações
2019
Fundo de Incentivo “Ventanilla Abierta“, MEC Uruguai
Menção, Realização Gráfica, Aniversário dos Movimentos Sociais no ano de 1968
Prêmio FEFCA Artes Plásticas, MEC Uruguai
2018
Menção, Fundos Concursáveis, MEC Uruguai
2016
Finalista “Show Your World“ Competição Internacional de Arte, EUA
Prêmio FEFCA Artes Plásticas, MEC Uruguai
2013
Salão de Pintura (San José, Uruguai)
2012
Menção, Mural Regional Norte, Bienal de Salto (Salto, Uruguai)
2011
Menção, Prêmio Pintura Ministério de Relações Exteriores (Montevidéu, Uruguai)
2010
Menção, II Bienal do Ecuador, Museu Luis Noboa Naranjo (Guaiaquil, Ecuador)
2002
Salão de Artes Visuais, Palácio Santo (Montevidéu, Uruguai)