Há 12 anos, os irmãos Gustavo e Guilherme Carneiro, sócios da Galeria Inox, colecionam obras de Oscar Niemeyer. Entre desenhos e esculturas, o acervo conta com 42 peças. A dupla fez uma seleção em parceria com a H.A.P. Lab e inaugura no dia 11 de setembro a exposição O. NIEMEYER – Arquivo Inox, com 20 obras especialmente para o CIGA – CIRCUITO INTEGRADO DAS GALERIAS DE ARTE. “No Brasil, Niemeyer é mais conhecido pela arquitetura, mas no exterior as esculturas e os desenhos são muito valorizados”, conta Gustavo Carneiro. “Estava na hora de mostrarmos um pouco da nossa coleção desse brasileiro tão importante e completo”, diz Gustavo.
A mostra apresenta quatro obras emblemáticas do arquiteto na visão dos colecionadores. “Entre as peças, destacamos duas esculturas – do Sambódromo e uma flor vermelho oferecida de presente para Jorge Amado -, sete desenhos do Memorial JK e um desenho de Niemeyer sobre como deveria ser Copacabana”, conta Gustavo. Uma das primeiras peças adquiridas pela Inox foi exatamente a escultura do Sambódromo do Rio de Janeiro, confeccionada na época da sua inauguração em 1984 e dada de presente para autoridades. Uma escultura representando uma flor vermelha criada especialmente para o escritor Jorge Amado estará exposta junto com o desenho da peça e o carinhoso bilhete de Niemeyer: “Jorge, desenhei essa flor para você, grande escritor, patriota e amigo, que lutou a vida inteira contra as misérias do mundo” – Oscar Niemeyer, 20.11.2013.
O quadro que retrata Copacabana pelos olhos do arquiteto, ou seja, como Niemeyer projetaria a orla da praia conta com a explicação do arquiteto: “Não seria preciso aumentar a Av. Atlântica. Apenas fazer o estacionamento, o passeio de pedestres, ampliar a praia e construir os hotéis”. A mostra apresentará sete desenhos explicando como seria feito o Memorial JK. Projetado por Niemeyer e inaugurado em 1981, o lugar é dedicado ao ex-presidente brasileiro Juscelino Kubitschek, fundador de Brasília. No local está o corpo do ex-presidente, sua biblioteca pessoal e fotos. Alguns setores conservadores enxergaram referências ao foice e martelo, símbolos do Comunismo, ideologia política defendida abertamente pelo arquiteto.